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Inovação, criatividade e mudança

Anonim

"A única verdadeira viagem de descoberta não é procurar novas paisagens, mas olhar com novos olhos." Marcel Proust

Sabemos que a inovação constante é a única fonte de vantagens competitivas sustentáveis ​​ao longo do tempo. A tecnologia torna a inovação do ano anterior obsoleta. A mudança pode ser a única constante, mas também o eterno desafio para os educadores que buscam preparar os alunos para o futuro. Se o mundo está sempre em fluxo, o que os professores devem ensinar? O que as escolas devem fazer para preparar a próxima geração para as mudanças drásticas que estão transformando a maneira como o mundo vive e funciona? O currículo atual é satisfatório? Hoje, quando o tempo é o maior inovador, devemos aplicar mais e novos remédios ao invés de esperar pelos males maiores?

Isso exige uma grande festa de ideias, sabe-se que criar é tentativa e erro, é corrigir e reformular. Vem com anos de estudo, muito trabalho, muitas frustrações e poucas alegrias. Tomás Alba Edison disse que um gênio é 10% inspiração e 90% transpiração.

Não há ideia sem conceito. O conceito é a representação mental do objeto. Para comunicar um conceito é necessária a palavra, sem que ela fale de “pedra” devemos apelar para o que ela é: - dura, pesada, áspera, etc. - e o conceito perderia a unidade. Por outro lado, sem a imagem, o suporte sensorial estaria faltando.

Os criadores combinam a imagem e a palavra. Einstein apontou que a imaginação é mais importante para ele do que o conhecimento. Em vez de equações matemáticas complexas, ele falou de trens em movimento, quedas de raios, elevadores em queda livre.

Você tem que ver mais longe em um mundo cheio de informações. O conhecimento o usa para criar conceitos e ideias. A sabedoria é fruto do conhecimento e da experiência. Sem conhecimento não há jogo criativo. Os neurônios-espelho copiam os fatores que levam ao objetivo. As ideias voam e são levadas pelo vento. Você tem que pegá-los no ar com o caderno na mão. Pasteur disse que o acaso só favorece as mentes preparadas. Eles nos ensinam a pensar em problemas para resolver que geram mais problemas. Isso nos mergulha em um ciclo vicioso que destrói o entusiasmo. A Investigação Apreciativa molda o hábito de encontrar o que é bom e torná-lo viável. Em vez de focar a mente no problema, ele depende da descoberta positiva para fortalecê-lo e fazer acontecer.

Não esqueçamos que, no ciclo do conhecimento, trabalho, inspiração e inovação, nada se aprende sem estar entusiasmado e motivado. A inteligência emocional tem a palavra. O cérebro funciona quando se abre.

A caverna...

No mito da caverna, Platão nos conta que alguns infelizes prisioneiros foram acorrentados à parede de uma caverna escura que, privando-os da luz direta do dia, apenas permite que vejam as sombras dos homens livres que andam fora dela.. Desse modo, os prisioneiros da caverna de Platão só percebem aqueles vagos fantasmas da realidade externa, que lhes é negada, até que, com o passar do tempo, e quando já esqueceram o que antes, quando também eram livres perceberam, acabam por acreditarem que a realidade, toda a realidade, consiste apenas no que a parede escura de sua caverna lhes mostra. Mas um dia, afortunado e infeliz ao mesmo tempo, um dos prisioneiros se liberta de suas correntes e sai para descobrir com espanto a riqueza, a maravilha do mundo exterior. Feliz, mas também generoso,o prisioneiro libertado então desce para onde seus ex-companheiros ainda estão, para dizer-lhes o que viu e convidá-los a quebrar suas correntes e subir para a luz junto com ele. Aqui começa a tragédia, porque os prisioneiros da caverna não só não acreditam em seu exultante companheiro, mas, alarmados pela escandalosa revolução da verdade que ele lhes propõe, acabam matando-o.

"Se eu não conseguir encontrar meu caminho, eu mesmo abrirei." Napoleão

Quando um sistema funciona, a tentação é deixá-lo no piloto automático. A atitude natural para o sucesso é repetir o comportamento vencedor sem perceber os riscos envolvidos. Para organizar o caos automatizamos as respostas, mas ser competitivo é saber reagir às mudanças ou melhor provocá-las. Essa virtude não é programável. A mente não fecha seus caminhos com o passado, pode construir caminhos paralelos sem destruir os existentes.

Sair da rotina. Dar pequenos passos mantém seu cérebro em forma. Sem medo do desconhecido, ele facilmente passa da curiosidade à admiração. Existem zonas de conforto, estresse e tensão. Os novos caminhos são ramos neurais, como árvores que transportam energia. A inteligência de treinamento é mudar a mudança de automático para manual. Combine atenção flutuante com foco.

Imaginar, em um mundo dominado por abstrações, vem de observar formas, cores, sabores, cheiros e sensações.

A imagem cativa pela sua beleza, o conceito é útil mas não excitante, a sua função é utilitária. A imagem produz sensações influentes que a imaginação potencializa.

Em um mundo materialista, os conceitos prevalecem e a imaginação é subordinada. Mas a imaginação será essencial se quisermos reinventar o futuro.

Observar produz seus efeitos, a realidade é a mesma, o que muda é a visão. O olhar criativo captura o que o olhar convencional não vê, embora a questão seja a mesma. A observação não é inocente, se for positiva gera endorfinas, neurotransmissores de bem-estar e alto desempenho. Percepções negativas o deixam doente.

A palavra é o complemento da imagem: a leitura ensina a olhar. A percepção lógica do hemisfério esquerdo amplia a sensação, dá sentido aos estímulos.

A vertigem para o mecânico, é uma queda que fascina, que funde mas que não promove a liberdade. É se deixar levar, sem oferecer resistência, pela força bruta.

Desenvolvimento da habilidade perceptual. O processo educativo deve permitir a descoberta do esplendor das coisas simples com um olhar que vê além.

Numa fonte natural surge o brotar do fundo, o correr incessante, a doação sem medida, o mistério do desconhecido; é um símbolo de vida. Este é o encontro.

A observação atenta dos detalhes, a compreensão do significado, produzem a tensão criativa entre a obra e a pessoa que a contempla, que toma consciência do seu próprio ser.

Ao sensibilizar a percepção, a beleza da natureza emerge em sua riqueza, é alcançada com um olhar transfigurador. O artista é capaz de capturá-lo com uma imitação não estruturada. Este esplendor desaparece com a funcionalidade. Aura e utilidade são inconciliáveis: a obra de arte é um fim em si mesma, é um objeto de contemplação. Na educação, o conhecimento é transmitido e as atitudes são promovidas, como a estética.

Quanto mais capaz for o espanto, mais humano será, o homem é um ser do espanto. O que deve mudar é sua propensão utilitária.

A tecnologia fez o conceito prevalecer sobre a ideia. Assim, a alma da inteligência foi perdida. O conceito abstrai a essência, mas não reflete o contato sensorial. Ele arranca a flor para encontrá-la, mas é assim que a mata. O conceito mede quantidade, não qualidade.

A criatividade é como um cavalo selvagem, o conceito deve domesticá-lo, guiá-lo e guiá-lo. Se não for feito, existe o risco de nos levar a qualquer lugar.

Quando Manuela, minha afilhada de três anos e meio, me olha por entre as pernas, sabe que vê um mundo diferente.

Inovação, criatividade e mudança