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Gestão de liderança de poder e autoridade

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Anonim

Vamos começar definindo o que é liderança.

Para definir liderança, gostaria de fazer uma diferença que deve ser fundamental a partir dos valores: a diferença entre Poder e Autoridade, porque para falar de liderança como valor temos que colocá-la na estrita dimensão humana; na experiência interior do homem.

A liderança normalmente tem sido entendida como um exercício de poder, ou seja, como aquela capacidade de forçar, coagir ou obrigar alguém a que, mesmo que não queira, faça a sua vontade por sua vontade ou por sua força.

Esses tipos de situações são abundantes. Isso é dado por decreto. Alguém o declara líder, outro o declara com poder por meio de um decreto e voila, o cara ficou com o poder. Perceba que é uma “capacidade de força”, insisto nessa palavra: capacidade. E isso pode ser dado a você de alguma forma: por meio de uma ordem, de um decreto, de um olhar.

Autoridade é a arte, olha a diferença, isso era uma capacidade, isso é uma arte; é a arte de fazer com que as pessoas façam o que você quer por causa de sua influência pessoal. Que coisa diferente. Você sabe que a arte é aprendida, a arte desenvolve habilidades ou aprende uma técnica. De alguma forma, a arte é aprendida. E fazer as pessoas fazerem o que você quer é influência pessoal.

Veja, autoridade tem a ver com Ser, poder tem a ver com fazer.

Em autoridade, o outro decide ou faz o que você quer fazer entre aspas pelo seu Ser, não pelo que você pode fazer. Com todo o respeito, qual é a bagunça em nosso país, qual é a bagunça em nossa sociedade. Que temos muitas pessoas que baseiam sua liderança, citações, no poder. Pessoas que aprenderam isso à força, forçam outra.

Existem professores típicos que baseiam sua liderança acadêmica no poder. São tipos considerados quintal.

Então você tem que temê-lo. Pena. Você está baseando sua influência sobre os outros no que você pode fazer.

Que instrutivo quando encontramos professores que o inspiram a segui-lo, que inspiram a querer ouvi-lo, desejo de aprender, que emocionante quando se encontra professores que com sua vida, que com sua presença o geram, eles provocam, eles incitam a buscar o conhecimento, a buscar a vida. Veja a diferença com o chefe.

Isso geralmente elimina o seu doutorado.

Quando se tem que recorrer tanto aos seus títulos, sério; Que bom quando se encontra pessoas que são estudiosas, que são acadêmicas, que têm diploma, que leram, mas que as assumiram em suas vidas e que podem realmente influenciar o outro em sua vida, em seu ser.

Portanto, vamos definir liderança. Liderança também é uma arte, é a arte de influenciar as pessoas a trabalharem com entusiasmo, palavra grega que significa "com Deus dentro".

Tem a ver com a vontade de viver; com paixão, força, emoção para alcançar o bem comum. Fundamental para que possamos nos entender: Três conceitos-chave: Poder, Autoridade, Liderança. É necessário que tenhamos conceitos claros e que isso seja transferido para nossas vidas, caso contrário não faz mais sentido.

Bem, então o poder é definido como uma capacidade, a autoridade é definida como uma arte; existem diferenças claras aí; autoridade tem a ver com quem você é como pessoa, com seu caráter e com a influência que você tem forjado nas pessoas.

O respeito vem da autoridade e não do poder, do poder vem o medo.

Fico assustado por estarmos construindo uma sociedade do medo.

Assusta-me que o único instrumento que temos para poder viver juntos seja a força.

Com todo o respeito pelos discursos políticos que ouço, tenho medo de que nos façam acreditar que o único sentimento que podemos experimentar por um líder é o medo. Isso é muito sério.

Temos que aprender a viver na autoridade, porque a autoridade dá respeito e o que é respeito nada mais é do que a aceitação das diferenças que existem no ser e no fazer.

Em outras palavras, eu respeito você quando respeito o papel que você representa para a comunidade em que vivo.

Eu te respeito quando fico claro que você tem diferenças diante de mim, que você não vive da mesma maneira que eu vivo, que você não ama da mesma forma que eu amo, que você não pensa da mesma forma que Acho, mas mesmo assim, você não é inferior a mim.

O OBJETO FUNDAMENTAL DA LIDERANÇA: AS RELAÇÕES HUMANAS.

Se liderança é uma arte e é uma arte de influência, sua principal característica como valor está nas relações, ou seja, as relações humanas são o objeto fundamental do exercício da liderança.

Ninguém é um líder escondido debaixo da cama. Ninguém é líder no cubículo de pesquisa. Somos líderes no exercício de nos relacionarmos com os outros, de nos encontrarmos, de falarmos com os outros, de vivermos com os outros. Afinal, o homem é isso: um ser que vive com e para os outros.

Conseqüentemente, o papel de um líder é realizar as tarefas atribuídas, promovendo as relações humanas.

É por meio das relações humanas que podemos gerar processos de liderança.

Não vai acontecer conosco, como em nosso país, que muitas vezes as estatísticas sejam boas, mas os seres humanos sejam ruins.

As estatísticas são brutas, todos os dados são brutos, precisam de uma inteligência que os interprete, precisam de uma inteligência que os analise, precisam de uma inteligência que os torne humanos; eles, como tais, são dados brutos, ou seja, dados não refletidos de forma alguma.

O papel do líder é realizar as tarefas atribuídas, promovendo as relações humanas. Mas, para isso, você precisa encontrar um equilíbrio. Não se trata de se tornar um cara do coquetel, um líder de coquetéis. Tem que haver um equilíbrio entre a importância das relações humanas e os fundamentos para realizar a tarefa.

Cuidado com o equilíbrio, certo? Porque se não se tornam relações públicas, passam a ser pessoas que falam muito, mas fazem muito pouco.

Este país está cheio desse tipo de gente, ouviu? Cuidado.

Você tem que ter um equilíbrio entre a importância das relações humanas e os fundamentos para realizar a tarefa.

Um bom líder deve construir relacionamentos funcionais, eficientes e eficazes. Ou seja, são relações que estão a serviço de um objetivo específico. Como conseguir isso? Ou seja, como ser um líder?

QUALIDADES DE UM LÍDER

Um verdadeiro líder deve cultivar em si mesmo os seguintes comportamentos que são uma questão de escolha e aprendizado.

Você pode escolher ou não, pode aprendê-los ou não.

Me assusta que as pessoas acreditem que o líder nasce.

É claro que existem talentos, alguns dons que vêm com o ser, mas também acredito que existem processos de aprendizagem, que existem processos de escolha que se tem que levar em conta.

Primeira característica de um líder: um líder escuta.

Todo processo de escuta é um processo de captura do outro, é um processo de compreensão do outro.

Você tem que diferenciar entre compreensão e compreensão.

A compreensão é o exercício acadêmico e tem a ver com um processo de descrição e explicação do objeto.

A compreensão é a captura integral do objeto.

Tomemos um exemplo: um amorologista, isto é, um estudante do amor, entende o amor na medida em que pode descrevê-lo, na medida em que pode nos mostrar como ocorrem os processos, onde estão as reações físico-químicas do cérebro, etc. Um amante entende o amor.

Bem, para mim a escuta é sempre um processo de compreensão, é um processo de captura do outro.

Tanto é que hoje falam em escuta ativa, hoje falam muito em captar o outro não só daquilo que ele te diz através da sintaxe e da gramática, mas também do que ele te diz através dessa dimensão da linguagem que te permite diferenciar entre um insulto e uma saudação.

Segunda característica: Respeito.

Respeito é a capacidade de compreender que o outro é um ser único e irrepetível.

Respeito é entender que não somos feitos em série, que não somos o produto de uma máquina.

Respeito é entender que o ser humano possui estruturas de pensamento, estruturas de sentimento e estruturas de comunicação diferentes e distintas.

É por isso que precisamos aprender a iniciar processos de diálogo.

A única maneira de viver o respeito é o diálogo.

É conhecer a epistemologia do outro, a estética do outro, é conhecer sua ética, sua moral.

Precisamos aprender a compreender que somos diferentes, que não temos as mesmas características, que não sentimos o mesmo, que não pensamos o mesmo.

É reconhecer a singularidade dos seres.

Olha só, um bom líder é capaz de respeitar os processos, os biorritmos, ele é capaz de entender que todo mundo tem biorritmos diferentes, processos diferentes.

Assusta-me que neste país eles nos amem da mesma forma. Os processos de homogeneização me assustam.

Às vezes me pergunto com todo respeito se a educação muitas vezes não se torna exatamente isso, em um processo de homogeneização. A atual rebelião dos jovens deve ser igual.

Cuidado com o respeito, cuidado, você também deve buscar formas de viabilizar processos de autonomia, processos de liberdade. Cuidado.

Um líder deve treinar na gestão do respeito.

Terceira característica: gerar processos confiáveis.

A confiança é a certeza que você tem, a certeza existencial de que a outra pessoa não irá prejudicá-lo deliberadamente.

Um líder deve promover essa experiência em outras pessoas. É por isso que a confiança é muito complicada.

É por isso que construir confiança é um dos tópicos mais interessantes de nossa vida.

Precisamos aprender isso.

Para gerar confiança no outro, de que o outro está seguro.

Que eu posso estar errado, mas que conscientemente, deliberadamente, não vou querer destruí-lo, ou não vou querer danificá-lo. Essas são características do processo de liderança que devemos viver.

Quarta característica: Capacidade de ensinar.

Um bom líder tem que querer ser professor, tem que querer ensinar, tem que saber ensinar.

Quantos professores tem na universidade que sabe tanto, mas tanto… que não entende nada.

Enfim, ensinar nada mais é do que promover processos de negociação de sentido, de significação. Mas você tem que ter capacidade para isso, para promover isso.

Quinta característica: ser um facilitador.

Eu diferencio as pessoas entre facilitador e facilitador.

Tem gente que torna tudo difícil. Você pega uma solução e encontra três problemas.

Sexta característica: um bom líder deve se especializar em extrair o melhor dos outros.

Existem pessoas que têm o valor oposto, que sabem como tirar o pior de você.

Um bom líder ajuda a abrir espaços para que o outro expresse o que tem de melhor.

O DESAFIO.

Esse é um líder.

Olhe para as tarefas que você tem se quiser ser um líder.

Espero estar falando diante de jovens interessados ​​em ser líderes.

E é por isso que mostro essa visão desde minha dimensão espiritual, desde minha perspectiva de valores de vida.

Ouvir, respeitar, confiar, ensinar, ser facilitador e aproveitar o que há de melhor nos outros.

Mas, para tudo isso, são necessárias pelo menos três mudanças: uma mudança epistemológica, isto é, da estrutura do pensamento. E quero levantá-lo com um slogan: não vemos o mundo como ele é, vemos como somos. Se não fizermos essa mudança, continuaremos a prevalecer sobre os outros.

Vamos continuar dizendo "a verdade é isso, e apenas isso, ponto final." Acho que é por isso que você tem que reler os poetas.

Antonio Machado disse que a verdade não era sua nem minha, era nossa.

Acredito que temos que redescobrir isso e para exercer uma liderança saudável temos que começar daí, entender que não vemos o mundo como ele é, mas como somos.

A segunda mudança que precisa ser feita é uma mudança de paradigma ético.

O paradigma ético de nossos dias é "está tudo bem".

Nem tudo está certo, nem tudo é válido, nem tudo é relevante.

Essa é uma das armadilhas éticas mais sérias que temos.

Estou impressionado com o número de pessoas corruptas que nos governam. Agora admiramos o trapaceiro, o vivo, é esse que admiramos, é aquele que amamos.

Hoje eles chamam o homem do palco de audacioso.

Tudo pode ser permitido, mas nem tudo é conveniente.

Há coisas em que você deve dizer não.

É aí que reside o maior dano que o narcotráfico nos trouxe: fazer-nos acreditar que se pode ir para a cama pobre e ficar rico.

Muitos jovens acreditam que o sucesso cai do céu.

As pessoas chegam aonde vão trabalhando, estudando, se esforçando, lutando, esse é o caminho para o sucesso.

As pessoas estão em uma jornada mágica e esse ambiente mágico influenciou nossa ética, que é a coisa séria.

E então as pessoas acreditam que uma coisa pode ser ruim hoje e boa amanhã.

Uma coisa é para o público e outra é para o privado.

Terceira mudança: precisamos de um paradigma que vai do poder ao serviço.

Que somos capazes de nos mover nesse paradigma.

Que somos capazes de seguir um caminho diferente.

Vou terminar com uma frase que não é espiritual, é literária, quero que não se esqueçam:

"Deus às vezes abençoa tomando e outras vezes maldições dando."

Gestão de liderança de poder e autoridade