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Gestão humana de uma perspectiva latino-americana

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Anonim

A gestão do talento humano não é um tema situado no plano de estudos de uma determinada carreira profissional, é um compromisso humano e social inerente a cada pessoa nas suas relações interpessoais nos diferentes papéis e ambientes em que interage.

Vista desta forma, a gestão humana compromete a consciência individual da pessoa e a coloca em um contexto universal.

É por essa visão que, como professor da área de gestão de talentos humanos, frequentemente questiono o que leio nos livros de Gestão de Recursos Humanos ou Gestão de Talento Humano escritos por autores de outros países que estão mais avançados do que outros países no nível de desenvolvimento tecnológico. nosso.

No entanto, os conteúdos destes textos não vão ao encontro das expectativas do leitor que procura na gestão humana um meio que contribua para a melhoria da pessoa a nível integral, os referidos conteúdos indicam técnicas e estratégias para a melhoria de um processo produtivo centrado no aumento de capital. e não para o aperfeiçoamento do ser humano como tal.

Diante dessa preocupação está a constatação de outra realidade, a realidade que existe em muitas empresas do meio ambiente, que buscam implantar modelos de trabalho existentes em países tecnologicamente mais avançados, com uma cultura e um modo de pensar muito diferentes dos nossos. em que esses modelos funcionam porque são próprios e se encaixam muito bem nesses contextos.

A cultura latino-americana baseada em costumes indígenas com uma grande variedade de nuances, já que foi violentamente interposta por outras culturas, não pode continuar copiando modelos distantes de sua realidade, é necessário produzir seus próprios modelos e criar métodos de trabalho que respondam às necessidades do contexto. nossos negócios.

É preciso tomar consciência de que nossos povos latino-americanos em meio à situação de pobreza, violência e outros flagelos sociais que neles ocorrem, possuem enormes riquezas que devem ser defendidas e com as quais devemos trabalhar até que se desenvolvam plenamente sem perder sua identidade.

De que adianta um povo atingir o desenvolvimento tecnológico pagando um preço alto? O peso que uma sociedade desumanizada carrega consigo.

Será que o capital em abundância sem bondade e solidariedade dará desenvolvimento integral ao ser humano?

A gestão humana não pode focar apenas na dimensão econômica, ao fazer a pessoa, ela deve responder à integralidade do ser humano, ou seja, deve atender às expectativas do homem a partir de seu ser, seu saber e seu fazer.

Se a gestão humana focar mais em uma dessas dimensões do que nas outras, pode ser que se alcance um grande desenvolvimento unidirecional, mas se perde a harmonia conjunta da totalidade que é o universo do ser humano.

Para se conseguir uma boa gestão do talento humano na América Latina, é necessário um esforço conjunto família, escola e nação, entidades que de uma forma ou de outra têm a ver com o processo de formação da pessoa.

Se olharmos para cada uma dessas entidades em nossas cidades latino-americanas, percebemos que falta um trabalho em equipe, um trabalho bem articulado entre elas.

A família é o núcleo da sociedade nela, o indivíduo nasce, nasce e recebe as primeiras bases de formação, nas famílias dos nossos povos latinos encontramos todos os tipos de deficiências, algumas delas de origem econômica, afetiva, cultural, social e política.

Assim, o ser humano inicia seu processo formativo de acordo com condições particulares de vida, mas que estão imersas em um ambiente social coletivo que de uma forma ou de outra incide na pessoa, uma vez que a criança passa do seu núcleo familiar para o escola e passa a interagir com outras crianças que possuem outras condições de vida, outros costumes e características particulares que interagindo com os seus estão se influenciando e se reconhecendo como membros de uma mesma realidade social.

A nação como corpo integrador da diversidade cultural e do sistema que rege a educação e os destinos de seus cidadãos deve buscar mecanismos que promovam um trabalho conjunto e voltado para o mesmo fim, o bem comum.

Qual é a realidade do trabalho que essas três entidades realizam em nosso meio?

As famílias desta nova geração são uma família com poucos membros, o número de filhos é muito pequeno, um filho ou no máximo dois, ambos os pais trabalham e os filhos desde muito pequenos ficam aos cuidados de pessoas que trabalham nos centros educativos responsáveis da educação pré-escolar. Em alguns casos, essas instituições se encarregam de dar as primeiras orientações de formação aos filhos das classes sociais mais favorecidas, pois há casos em que a criança fica sozinha em casa ou aos cuidados de um idoso pertencente a um membro da família sem formação acadêmica ou um irmão mais velho ainda imaturo.

Em nosso meio, há muitas mães chefes de família que precisam trabalhar em diversos ofícios para sustentar seus filhos e uma grande população de crianças que, para sobreviver, precisam trabalhar na rua o dia todo para ganhar seu sustento diário. Além disso, existe o problema da violência doméstica que é prejudicial à saúde mental da pessoa.

A escola realiza o seu trabalho de forma independente, muitas vezes ignorando a realidade das pessoas que frequentam as suas salas de aula, centra-se mais na parte técnica, dedica-se a transmitir informações sem intervenção real nos problemas existentes no ambiente.

A nação, por sua vez, dedica mais recursos à seguridade social do que ao campo da saúde e da educação.

Como podemos ver e é indicado nos parágrafos anteriores entre estas três entidades (família, escola e estado) não existe um trabalho de equipe que, em conjunto, trate de oferecer uma solução contínua e permanente para as situações de problemas sociais em nossos países latino-americanos.

A gestão humana deve estar voltada para a integralidade do ser humano para que possa cumprir seu propósito, que é o de alcançar o desenvolvimento harmonioso de toda a pessoa.

Ser, saber e fazer são três dimensões pertencentes a uma mesma realidade, a pessoa humana e, nessa perspectiva integradora, deve ser trabalhada a gestão do talento humano.

Como integrar o ser, o saber e o fazer das pessoas em uma sociedade fragmentada?

Requer um esforço coletivo das famílias, da escola e do Estado, cada um a partir da sua funcionalidade visando a criação de uma nova cultura, a cultura da integralidade, a cultura do holismo, a cultura do respeito à dignidade do homem., a cultura da equidade, a cultura da solidariedade social, económica e política… uma cultura onde os valores são promovidos desde o início da vida até ao fim.

Como realizar um sonho tão ambicioso?

É um processo que nunca acaba, é um trabalho contínuo e permanente que vai sendo realizado aos poucos e cujos resultados nunca serão apreciados em conjunto, mas de forma isolada, pois a lei da evolução do universo sempre atua em todos os eventos históricos do a humanidade e ela mesma que marcha inexoravelmente de forma única e irrepetível em cada ser que faz parte do grande universo.

O que fazer então diante da complexidade do trabalho para se alcançar a integralidade do ser humano?

A diversidade e o ritmo de desenvolvimento humano de cada indivíduo devem ser respeitados, promovendo condições de igualdade social ao nível da habitação, saúde, educação, trabalho, lazer e desporto.

Não devemos lamentar a situação nos países latino-americanos, devemos intervir com ações concretas a partir do que cada um como pessoa ou organização pode contribuir para o bem comum.

Gestão humana de uma perspectiva latino-americana