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Objetivos de contabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável

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Anonim

Globalmente, no mundo empresarial, social, cultural e político, as decisões têm sido tomadas de forma consciente ou inconsciente, que prejudicam os recursos do planeta e tudo isso afeta a qualidade de vida das futuras gerações. Por esta razão, é importante obter resultados mensuráveis ​​do impacto no meio ambiente para que os atores públicos e privados possam tomar as medidas corretivas necessárias. É aqui que a contabilidade ambiental terá um papel muito importante, pois é uma ferramenta fundamental para a obtenção de dados quantificáveis ​​que auxiliam os usuários na tomada de decisão.

Palavras-chave: Sustentabilidade, contabilidade ambiental e social, ODS.

Antecedentes da contabilidade ambiental

No que diz respeito aos antecedentes da contabilidade ambiental, a contabilidade ao longo da história mencionada por Casson (2018) foi influenciada pelo ambiente socioeconômico em que é desenvolvida, por isso foi adaptada e atualizada para o mudanças que este meio sofre. Assim, a tendência atual é que a contabilidade não se limite apenas a apresentar demonstrações financeiras tradicionais, mas sim relatórios que reflitam as particularidades da realidade ambiental e social.

Portanto, falamos de uma contabilidade social relacionada ao compromisso das entidades econômicas com a sociedade, o meio ambiente e seus recursos humanos; Da mesma forma, discute-se a contabilidade ambiental, que tem por objetivo medir o impacto das decisões de um governo ou empresa sobre o meio ambiente em termos econômicos (Mejía Soto et al., 2014).

Cardona e Velásquez (2017) mencionam que a contabilidade ambiental ou ambiental surgiu como proposta em 1996, em resposta à denúncia de risco e dano ambiental na Conferência Ambiental de Estocolmo de 1972, à qual se integrou a Organização das Nações Unidas o Conselho Mundial de Negócios Sustentáveis ​​para avaliar e promover o bom senso na produção de bens e serviços, promover e desenvolver a ecoeficiência nas organizações, seu compromisso socioambiental e considerar suas consequências econômicas (Chen, Lupi, Viña, He & Liu, 2010).

Posteriormente, a conferência Rio + 20 realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012, galvanizou um processo para promover a adoção de um novo corpo de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que permitem a continuidade do ímpeto gerado pelos ODMs ou Objetivos de Desenvolvimento do Milênio dentro de uma estrutura de desenvolvimento global após 2015 (Leal et al, 2018).

Em julho de 2014, o Grupo de Trabalho Aberto da Assembleia Geral das Nações Unidas propôs um documento com 17 objetivos para aprovação pela Assembleia Geral em setembro de 2015. Este documento estabeleceu as diretrizes para a futura negociação e aprovação dos novos ODS e a agenda de desenvolvimento global para o período 2015-2030. Por fim, em 25 de setembro de 2015, no âmbito da 70ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, todos os países do mundo adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, documento-quadro que regerá as atividades de o bem-estar das pessoas e o cuidado com o planeta pelos próximos 15 anos (Tollefson, 2018).

Paradigmas contábeis

No que diz respeito aos paradigmas contábeis, a dimensão e o alcance da contabilidade como ciência extrapolam as fronteiras da racionalidade financeira, administrativa e econômica nas empresas e na própria sociedade, pois o futuro do pensamento contábil vai além da estimativas, reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de informações econômico-financeiras, de forma que o atual paradigma contábil não gira apenas em torno dos benefícios econômicos e financeiros gerados por uma organização, mas também na geração de bem-estar social e na promulgação de ambientes e ecossistemas sustentáveis ​​(Pacheco e Higuera, 2017).

A utilidade das informações financeiras está no conteúdo e no momento em que as demonstrações financeiras são apresentadas aos diversos usuários, informações que por si só conferem legitimidade e credibilidade à organização. Portanto, captar os efeitos sociais e ambientais sobre a entidade, agrega ao corpo informativo de credibilidade e uma imagem fiel da mesma (Barth & Landsman, 2018).

Se a missão da contabilidade é fornecer informações úteis, confiáveis, relevantes e compreensíveis ao usuário em geral, a relevância, o valor provável ou possível de uma questão ambiental deve ser considerada na construção da transparência, que melhora, constrói vantagens e integra interesses dos diferentes stakeholders, ajudando assim a criar oportunidades de melhoria dos processos internos (Albelda, Correa & Carrasco, 2007).

Consequentemente, neste aspecto De la Rosa (2019) afirma que qualquer processo de melhoria nos processos internos deve considerar o reconhecimento da relevância de incluir as questões ambientais na preparação das informações da empresa, em que, o julgamento O profissional contador responsável pela preparação das informações financeiras é essencial na decisão sobre o reconhecimento contábil de eventos econômicos.

Definição de contabilidade ambiental

No que se refere à definição de contabilidade ambiental, esta apresenta nuances diversas e de natureza complexa, o que tem conseguido gerar uma discussão acadêmica de interesse, e que tem levado a questionar a aplicação deste conceito a nível profissional, pelo fato de o reconhecimento de Os recursos naturais dentro da empresa não têm uma diretriz tão precisa quanto a do duplo lançamento para a contabilidade financeira, que, com os dados que fornece, pode informar o desempenho financeiro de uma empresa e embasar as decisões por parte dos diferentes usuários da informação (Ministério do Meio Ambiente, 2014).

Para analisar o termo contabilidade ambiental, Herrera (2019) aponta que é necessário incorporar um sistema de contabilidade ambiental aos sistemas de informação econômica nacional, que permita a mensuração, avaliação e controle das atividades econômicas. Tudo isto com o intuito de evidenciar o desenvolvimento, que se pretendeu medir com a apropriação da contabilidade financeira e económica, utilizando a informação social e ambiental de forma isolada e desarticulada apenas para informar condições de acordo com os interesses da política em vigor.

Por conseguinte, é necessário um sistema de contabilidade nacional que incorpore informação adequada sobre os contextos humanos que garantam uma vida com qualidade, dignidade e bem-estar social, um verdadeiro desenvolvimento. Por outro lado, Jiménez, Manzano e Conesa (2015) também definem a contabilidade ambiental como um sistema que permite o reconhecimento, organização, avaliação e registo das condições e alterações dos elementos naturais e do ambiente, articulando indicadores de avaliação da sustentabilidade no contexto de desenvolvimento, por meio de sistemas de informação que facilitem o controle das ações que afetam a condição da natureza e o desenvolvimento nacional. O sistema de contas ambientais que está sendo desenvolvido internacionalmente é um paradigma contábil,e difere do sistema de contabilidade tradicional porque o valor dos recursos não é definido pelas transações comerciais, mas pelo valor agregado dos diversos benefícios da relação direta com o homem (Ignat, et al., 2016).

Consequentemente, através dos relatórios de informação não financeira, apresentam-se medições e relações de comunicação entre as empresas com os stakeholders que permitem medir o desempenho ambiental de uma organização em termos económicos, e contribuem para a tomada de decisão e esta implica que a contabilidade deve ter a capacidade de fornecer um quadro mais completo da posição e desempenho financeiro, social e ambiental de uma empresa.

Por sua vez, refletindo sobre as empresas e sua responsabilidade social, o mundo dos negócios muitas vezes se torna culpado de problemas como a extinção de espécies, a emissão de fumos e gases que poluem a atmosfera e fazem desaparecer gradativamente a camada de ozônio, degelo, chuva ácida, lixo tóxico que polui a água, esgotamento e superexploração de recursos naturais, etc.

Porém, a preocupação com o meio ambiente deixou de ser uma questão alheia, envolvendo empresas da sustentabilidade ambiental para as quais estão adotando códigos de conduta de acordo com os valores ecológicos da sociedade, que se traduzem na implantação de sistemas. instalações de produção limpas e respeitadoras do meio ambiente, procurando comunicar ao exterior as medidas ambientais adotadas e as conquistas alcançadas (Abeysekera, 2013).

Ou seja, as empresas têm objetivos próprios e, para os cumprir, tomam uma série de decisões que têm consequências diversas, uma vez que desenvolvem a sua atividade num ambiente socioambiental onde vários setores desse ambiente são afetados, como o meio ambiente., a comunidade, os trabalhadores, o Estado, etc., para que a responsabilidade social desempenhe um papel importante que, segundo Robbins (2002), vai além do que é exigido pela lei ou pela economia, na qual as empresas destacam as boas práticas e a responsabilidade que têm pelo impacto de suas decisões, ações e omissões.

Divulgação de informações sociais

Outro aspecto relevante a se considerar diz respeito à divulgação de informações sociais, aspecto em que as empresas buscam comunicar o sucesso ou os desafios de suas estratégias socioambientais, bem como a coerência ética de suas operações. O reconhecimento de uma responsabilidade para além dos limites exclusivamente econômicos típicos da teoria clássica, nos introduz em um cenário onde, além dos acionistas da empresa, se reúnem outros agentes com interesses na entidade perante os quais ela tentará se legitimar.

O processo de legitimação da entidade leva em consideração a existência de grupos sociais de referência para os quais se dirigem preferencialmente as informações comunicadas pela empresa sobre suas ações. A informação integrada ou relatório integrado é uma das mais recentes inovações dentro da atualidade relacionada a relatórios de sustentabilidade e informações não financeiras no mundo. Embora algumas empresas tenham iniciado as práticas de RI na década de 2000, o relatório integrado foi reconhecido apenas a partir de 2010 como a melhor maneira de obter uma imagem completa do valor do negócio, superando as limitações dos relatórios tradicionais (Jensen e Berg, 2012).

Em suma, a evolução na divulgação de informação não financeira é produto dos tempos atuais que desafiam a prestação de contas públicas que demonstra o cumprimento de determinadas normas e a consideração das preocupações dos grupos de interesse, para além das necessidades investidores e credores. Como consequência, o aumento das demandas e a evolução da literatura e dos processos de padronização sobre aspectos não financeiros têm obrigado empresas ao redor do mundo a adotar novas práticas e novos canais de comunicação que possibilitem diferentes públicos de interesse. as informações são observadores em primeira mão de suas atividades e de seu impacto no meio ambiente.

Em resposta a este novo contexto, tornou-se imprescindível a evolução do reporting corporativo, enquanto os processos de negócio são revistos e atualizados sem perder de vista os seus impactos económicos, sociais e ambientais. O RI constitui hoje uma alternativa através da qual se pretende assegurar que os diferentes grupos de interesse tenham conhecimento das questões mais importantes relacionadas com os negócios que colocam as necessidades financeiras, económicas e sociais no centro dos processos e estratégias organizacionais (Rivera, Zorio & García-Benau, 2016).

Com isso podemos perceber como a contabilidade ambiental é uma grande área de oportunidade para as empresas, principalmente no México, pois com o passar dos anos a questão da sustentabilidade se torna mais importante, e mais cedo ou mais tarde as empresas terão que começar a tomar decisões. a fim de gerar benefícios para o desenvolvimento sustentável, atingindo assim os ODS.

Referências

  • Abeysekera, I. (2013). Um modelo para relatórios integrados. Journal of Intellectual Capital, 14 (2), 227-245. Albelda Pérez, E., Correa Ruiz, C., & Carrasco Fenech, F. (2007). Sistemas de gestão ambiental como um mecanismo de incorporação: uma nota de pesquisa. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 20 (3), 403-422. Barth, ME, & Landsman, WR (2018). Usando ganhos de valor justo para avaliar o valor da empresa. Accounting Horizons, 32 (4), 49-58. Cardona, HAM, & Velásquez, S. (2017). Avanços na contabilidade socioambiental em seu contexto original. Universidade de Contabilidade de Antioquia, (70), 13-41. Casson, AA (2018). O que é contabilidade socioambiental? Revista Activos, 16 (30), 127-152.Chen, X., Lupi, F., Vina, A., He, G., & Liu, J. (2010). Uso de direcionamento econômico para aumentar a eficiência dos investimentos em conservação em pagamentos por serviços ecossistêmicos. Conservation Biology, 24 (6), 1469-1478. De la Rosa Leal, ME (2019). A consistência da contabilidade ambiental nas regulamentações contábeis nacionais. Contabilidade e Auditoria, (49), 49. Herrera, NAA (2019). Contabilidade ambiental e responsabilidade social corporativa no panorama global do desenvolvimento sustentável. ECA Sinergia, 10 (2), 105-115. Ignat, G., Timofte, A., & Alexandra, AF (2016). Contabilidade verde VS desenvolvimento sustentável. Lucrări Ştiinţifice - serious Agronomie, 59 (1). Jensen, JC, & Berg, N. (2012).Determinantes dos relatórios de sustentabilidade tradicionais versus relatórios integrados. Uma abordagem institucionalista. Estratégia de Negócios e Meio Ambiente, 21 (5), 299-316. Jiménez, SDP, Manzano, MP, & Conesa, IM (2015). Convergência das normas internacionais de contabilidade entre o México e os Estados Unidos: evidências empíricas. Innovar: Journal of Administrative and Social Sciences, 21-32. Leal Filho, W., Azeiteiro, U., Alves, F., Pace, P., Mifsud, M., Brandli, L. & Disterheft, A. (2018). Revigorando a agenda de pesquisa em desenvolvimento sustentável: o papel dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Jornal Internacional de Desenvolvimento Sustentável e Ecologia Mundial, 25 (2), 131-142. Mejía Soto, E., Montilla Galvis, OD, Montes Salazar, CA, & Mora Roa, G. (2014).Teoria tridimensional da contabilidade T3C (versão 2.0): desenvolvimentos, avanços e tópicos propostos. Free Enterprise, 11 (2), 95-120. Ministério do Meio Ambiente (2014). Sistema Nacional de Contabilidade Ambiental, Exploração Inicial 2008-2012. Contabilidade Ambiental. Quito. Pacheco, G., & Higuera, V. (2017). Linha 1: Pesquisa Contábil e Financeira. A. Silvera (coordenador), Fundação das linhas de pesquisa do grupo GISELA. Barranquilla, Colômbia: Selo Editorial Coruniamericana. Rivera-Arrubla, YA, Zorio-Grima, A., & García-Benau, MA (2016). O conceito de relato integrado como inovação no relato corporativo. Journal of Innovation & Knowledge, 1 (3), 144-155. Robbins, SP (2002).Management Fundamentals, 3rd Edition. México DF, México: Pearson Education Eccles and Krzus. Thomson Reuters Eikon (2019).. Obtido em 1 de setembro de 2019 em: https://eikon.thomsonreuters.com/index.html Tollefson, J. (2018). A lacuna de riqueza restringe os objetivos do Rio. Nature News, 486 (7404), 447.
Objetivos de contabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável